Estava eu em um dos meus restaurantes preferidos com algumas das minhas pessoas preferidas e morrendooo de fome. Era um domingo à noite e o local ainda encontrava-se vazio. Apesar de já ter ido lá umas vinte vezes, estava achando muito diferente. Não conseguia ouvir o que a pessoa do meu lado estava falando e, muito menos, fazer o garçom ouvir o meu pedido. Sabem aquele pesadelo em que você grita em meio a uma multidão e ninguém te ouve?
A única diferença era que nem eu e nem ninguém que estava naquele restaurante conseguia escutar um ao outro. O que todo mundo conseguia ouvir era a música “ambiente” do lugar atingindo uns 1000 decibéis. Via-se nitidamente na cara das pessoas nas mesas próximas o incômodo e pela primeira vez em anos vi adultos brincando de telefone sem fio, só assim para conseguir fazer o último da mesa entender o que o primeiro tinha dito. Ok se fosse madrugada de sábado, balada rolando. Mas eu não me lembro de ter entrado em um túnel do tempo e ido parar no meio do Festival de Woodstock em 1969!
Chamamos o garçom e, gentilmente, pedimos que abaixassem um pouco o volume da música. Ele disse que sem problemas. Um minuto depois a música para. Duas meninas sentadas na mesa da frente se entreolham e falam algo do tipo: “Graças a Deus!”. Então durante uns dez minutos o senhor DJ do restaurante fica procurando a música ideal no seu Ipod. Como eu sei? Porque em todos os auto-falantes do restaurante ouvia-se o “tleck, tleck, tleck” de quando você está vasculhando os arquivos. “Tleck, tleck...tleck, tleck, tleck...tleck, tleck, tleck, tleck, tleck...”
“Oi? Moço? Era só pra abaixar um pouquinho o volume, não precisava des...” De repente fui transportada para o México, em uma festa típica com direito a mariachis, performances da Thalia e uma indigestão no final.
“Desculpe – disse, ou melhor, berrou o garçom constrangido – como o lugar está vazio, o som parece mais alto”. Já deu! Me levanto e pergunto aonde está o velho senhor com problemas auditivos que ainda não percebeu que está ensurdecendo seus clientes. Como assim? “Me vê a conta e um aparelho para surdez”? Me apontam um rapaz jovem e dizem que é o dono. “Oi, já pedimos para o garçom falar com você, mas pelo jeito você não ouviu devido à música absurdamente alta! Pode abaixar um pouco? Está todo mundo incomodado”. Ele faz um ok com a mão.
Sento de volta na mesa e ele vem atrás de mim: “Sabe o que é? Esse é o volume padrão (?) da casa”. Tipo assim, NÃO! Lembro-me muito bem de ir lá e conseguir conversar sem gritar. Mas eu respondo: “Tenhamos um pouco de bom senso, né? Principalmente quando seus padrões estão espantando o mais importante – os clientes!”. Finalmente o convenci. Ele pede desculpas e abaixa o raio da música. Não que a essa altura fizesse diferença, cinco minutos depois pagamos a conta e fomos embora...em silêncio total!
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
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3 comentários:
Aêeeeeeeeeee, Li!
Bem-vinda ao mundo dos blogs! Adorei a novidade e já está linkada! É tão divertido, amiga hehehehehehehe
Bjs!
Aêeeeeeeeeeeeeee, Li!
Bem-vinda ao mundo dos blogs!
Adorei a novidade! Já está linkada!
Beijos!
gente chata hein?
povo nãos abe tratar bem um cliente?
beijaooo
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