quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Eu?

Em uma dessas minhas madrugadas de insônia resolvi responder àquela perguntinha do Orkut: Quem sou eu?
Como isso não interessa aos fuxiqueiros de plantão que habitam meu perfil, essa resposta ficou guardada aqui nos meus arquivos. Mas para o primeiro post de um blog, acho que vem bem a calhar.

"Eu nasci bem nos meios dos anos 80, bem no meio do exagero, da década perdida da moda e da queda do muro de Berlim. Desde a época de namoro, papai e mamãe já combinavam que se um dia tivessem uma filha a chamariam de Aline. E assim que começa a minha história. Crescendo entre brincadeiras e broncas da vovó, era sempre a última a ir dormir só pra ficar inventando e contando histórias para quem quisesse ouvir. A memória fotográfica sempre ajudou a entender História do Brasil, a nunca esquecer uma data ou um rosto importante da História mundial. De redação em redação era fácil organizar os pensamentos e para me expressar melhor só serviam o papel e a caneta. Se eu tinha que falar? Ih, na maioria das vezes, as palavras sumiam e só ficava o choro.

Fui atraída para o Jornalismo, sem nenhuma ligação com as profissões do resto da família. Aquela minha mesma avó que não me deixava contar história, hoje não cansa de repetir que eu só posso ter puxado a um parente distante que morava na Itália. O dito cujo era um escritor famoso por lá e teve até uma avenida batizada com seu nome. Eu ainda estou longe disso, mas já consegui me formar jornalista. Contei um monte de histórias sobre os mais variados assuntos. A minha preferida, com certeza, foi sobre contadores de histórias voluntários. Nada me fascina mais do que descobrir uma história de vida bonita, um pequeno detalhe que faz toda a diferença e uma frase de efeito bem colocada. Acabei por aprender que em uma narrativa inesquecível há sempre um herói, um obstáculo a ser enfrentado e um final feliz.

Na narrativa da minha vida ainda estou tentando ser o herói, mas já sei que vou ter mais de um obstáculo para enfrentar. Quanto ao final feliz, ainda bem que está bem longe de acontecer. Quero viver tanto que ainda vou ver pessoas pilotando carros voadores e vivendo em um mundo sem injustiça.

E essa história era a história que eu queria contar. Uma historinha sem graça e sem final, mas que eu prometo que ainda vai ser muito interessante de se contar."

PS: Eu sempre anexo esse texto a todas as vagas de emprego que pedem uma carta de apresentação. Será que tô espantando o pessoal?

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